Na última semana de março, oficiais do escritório regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para a América Latina e o Caribe vieram ao Brasil, e em conjunto com a representação no país, visitaram instituições parceiras e autoridades brasileiras para escutar as prioridades do novo governo e renovar o compromisso de promover transformações nos sistemas agroalimentares para que eles sejam mais eficientes, inclusivos, sustentáveis e resilientes.
Na ocasião, a FAO se reuniu com os Ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), de Relações Exteriores (MRE), do Meio Ambiente (MMA) e dos Povos Indígenas (MPI). Além de instituições parceiras como a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG).
No encontro com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a FAO debateu junto possibilidades de atuação conjunta para o fortalecimento da sociobiodiversidade e da bioeconomia da região amazônica, e a preparação para a Cúpula Pan-Amazônica, que acontece em agosto deste ano. O representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, lembrou que cerca de 43 milhões de pessoas vivem próximas à Bacia Amazônica, e por isso é importante desenhar uma estratégia de sociobiodiversidade para preservar os recursos naturais e ao mesmo tempo gerar meios de vida dignos para a população.
Em reunião com o Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Osmar Ribeiro, secretário executivo do MDS, Lilian Rahal, secretária de segurança alimentar e nutricional, e Valéria Burity, secretária extraordinária de combate à fome e à pobreza, explicaram à FAO as prioridades do atual governo e a importância da parceria com a instituição para vencer os desafios ligados à segurança alimentar e à erradicação da fome.
“O Brasil tem produção de alimento suficientes para abastecer toda a sua população, e o desafio é urgente. O espírito da parceria entre FAO e MDS tem como compromisso levar para a população alimentos frescos e saudáveis, combater a fome, tirar o Brasil do Mapa da Fome outra vez, e juntos promover uma sociedade saudável a bem alimentada”, destacou João Intini, Oficial de Políticas de Sistemas Alimentares do escritório da FAO para a América Latina e o Caribe.
Já no Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) a FAO se reuniu com a secretária executiva, Fernanda Machiavelli, com a secretária de agricultura familiar, Patrícia Vasconcelos, e com outras secretarias de áreas prioritárias, onde foram definidas ações conjuntas voltadas para a consolidação das políticas públicas de agricultura familiar, abastecimento de alimentos saudáveis e visibilidade das mulheres e juventudes rurais.
Segundo Luiz Beduschi, oficial de políticas de desenvolvimento rural do escritório da FAO para a América Latina e o Caribe, identificar os pontos de convergência entre a agenda do Ministério e as possibilidades de cooperação com a FAO é imprescindível para discutir possíveis caminhos de retomada do país na agenda internacional.
A FAO ainda se reuniu com a Fiocruz e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para discutir estratégias de ação no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o desenvolvimento da Amazônia. Com o INCRA foi debatida a continuidade da cooperação entre as instituições para o fortalecimento da governança responsável da terra. Já em encontro com a diretoria da CONTAG, foram apresentadas as prioridades do movimento sindical para o fortalecimento da agenda da Agricultura Familiar em 2023, e a Organização foi convidada a participar em abril do Festival das Juventudes, e em agosto da 7ª Marcha das Margaridas.
Fortalecendo a agenda dos povos indígenas e comunidades tradicionais
Também foram debatidas oportunidades de atuação conjunta para visibilizar as contribuições dos povos e comunidades tradicionais para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A FAO foi recebida por representantes dos Ministérios dos Povos Indígenas, Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, que atuam diretamente para que estes povos e comunidades não sejam deixados para trás.
Em encontro com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, o oficial de povos indígenas do escritório da FAO para a América Latina e o Caribe, Maurício Mireles, reforçou que é essencial discutir estratégias de colaboração para a garantia da segurança alimentar e nutricional dos povos indígenas, ao mesmo tempo em que é imprescindível reconhecer o importante papel que estes desempenham para o alcance da Agenda 2030.